Como se não fosse suficiente aguentar os pisões de pé, apertos, cotoveladas nas costelas, os "passinhos pra lá" e o sono matinal, agora surge a mais nova irritação do dia-a-dia de quem não tem dinheiro pra ter um carro: os funkeiros de busão.
Vamos à la Jack, o Estripador entender por partes.
O Funk
Segundo a tão amada wikipedia, o Funk é um estilo bem característico da música negra norte-americana, desenvolvido a partir de meados dos anos 60, a partir de uma mistura de soul music, soul jazz, rock psicodélico e R&B.
Uma música com um ritmo mais lento, sexy, solto, orientado para frases musicais repetidas e principalmente dançante. Funk era um adjetivo típico da língua inglesa para descrever estas qualidades.
Nos anos 80 o funk tradicional perdeu um pouco da popularidade nos EUA, à medida em que as bandas se tornavam mais comerciais e a música mais eletrônica. Seus derivados, o rap e o hip hop, porém, começaram a se espalhar. A partir do final dos anos 80, com a disseminação dos samplers, partes de antigos sucessos de funk (principalmente dos vocais de James Brown) começaram a ser copiados para outras músicas pelo novo fenômeno das pistas de dança, a house music.
Os anos 80 viram também surgir o chamado funk-metal (também conhecido como funk rock), uma fusão entre guitarras distorcidas de heavy-metal ou rock e a batida do funk, em grupos como Red Hot Chili Peppers (rock) e Faith No More (metal).
Até aí, tudo bem, certo?! O funk é formado por bons músicos, criatividade, alma e história. De se impressionar. Até agora.
O novo estilo musical referente à minha revolta, que porcamente é chamado de funk devido às constantes mudanças no estilo, é um pouco diferente desse tão apaixonante que eu acabo de falar.
Ainda segundo a wikipedia, a partir da década de 80, os bailes funks no Rio de Janeiro (obviamente) começaram a ser influenciados por um novo ritmo, que trazia músicas mais erotizadas e batidas mais rápidas.
Ao longo da nacionalização do funk, os bailes - até então, realizados nos clubes dos bairros das periferias da capital e região metropolitana - expandiram-se céu aberto, nas ruas, onde as equipes rivais se enfrentavam disputando quem tinha a aparelhagem mais potente, o grupo mais fiel e o melhor DJ. (Claro. Quem nunca riu desses caras na praia?!)
Até aí, quase que tudo bem. A princípio as músicas abordavam a pobreza e a violência: cotidiano. E as grandes estrelas ainda eram Claudinho e Bochecha, não Mc Créu e Tati Quebra Barraco.
Saindo das favelas em direção à cidade, o funk conseguiu mascarar seu ritmo, mostrando-se mais parecido com um rap americano e integrou-se um pouco mais às classes cariocas (infelizmente). Algumas letras eróticas e de duplo sentido normalmente desvalorizando o gênero feminino também revelam uma não originalidade em copiar de outros estilos musicais populares no Brasil como o axé e o forró. (Que, por sinal, têm uma história bem válida, sem ironias.)
O funk carioca é geralmente criticado por ser pobre em criatividade, por muitas vezes apresentar uma linguagem obscena e vulgar apelando para letras obscenas, com apologia ao crime, drogas e tráfico, e à sexualidade exarcebada, para fazer sucesso. (Quase não consigo entender por quê... ¬¬')
É nessa hora que aparecem as nossas estrelas: Mc Créu, Tati Quebra Barraco, Gaiola das Popozudas... e por aí vai.
Bom, e daí surgem os queridíssimos já falados funkeiros de busão.
Quem são eles?
Primeiramente, encontramos os excelentíssimos senhores que fazem o favor de produzir tal estilo musical (o funk - originalmente - carioca). Ao fazê-lo, nos perguntamos: "o que esse cara tem na cabeça?", e rapidamente chegamos à resposta: merda.
Em paralelo, a tecnologia cresce a cada dia que passa, principalmente no quesito CELULAR. Hoje em dia, ter um celular com câmera e tocador de MP3 não é mais luxo. Isso significa que dá pra escutar músicas em alto e bom som pelo celular. Legal, né?
Aí, encontramos os fãs do tal estilo "musical". Ok, vá lá. O que seria do amarelo se todos gostassem do azul?
Construindo a relação:
funk carioca + gosto pessoal (fazer o que?) + celular com MP3 = funkeiros de busão
Deu pra entender como a coisa funciona?
Por isso que não se pode reclamar: tem sempre um jeito de piorar.
O mais impressionante é que esse pessoal DESCONHECE o fone de ouvido! Além de ser proibido o uso de aparelhos sonoros dentro do ônibus (e desconsiderando o fato da fiscalização no Brasil ser Ó-TE-MA), é falta de bom senso obrigar um ônibus cheio inteiro a ouvir tal diarreia mental.
O resultado do aparecimento dessa nova tribo -os "sem fones de ouvido" - é passar 50 minutos, no trânsito matinal da Avenida Paulista, ao doce som de Relaxa na Pica, Senta que é de Menta e Academia do Mc Créu. Adorável, não? Não.
Fica a minha indignação e um recado para os funkeiros de busão: ouçam o que quiserem, mas POR FAVOR, comprem fones de ouvido. O mundo implora! MESMO.
Um beijomeliga com muita música decente!
Namastê.
(e sem fotos por hoje. Nenhuma foto combinou com a minha indignação. Hahahaha)
Sabe o que é melhor?!
ResponderExcluirQuando o cobrador está sem fone de ouvido!
lestimável
ResponderExcluirtotalmente revoltante esse bando de zé povinho que ainda não conhecem o fone de ouvido, um dia quem sabe(espero).....
ResponderExcluirguria só me explica uma coisa?!! pq o'' (obviamente)'' lá em cima?? ^o)
porque é de onde vieram os bailes funks, oras bolas!
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